Intel aposta em reconhecimento facial para direcionar propaganda
sexta-feira, 8 de junho de 2012 14:12 BRT
NOVA YORK/SÃO FRANCISCO, 8 Jun
(Reuters) - A Intel está apostando em tecnologia de reconhecimento facial para
publicidade dirigida e numa equipe de negociadores experientes para convencer
relutantes parceiros de mídia a aderirem a seu novo serviço de TV virtual.
Até o momento, no entanto, implementar
o serviço vem sendo um desafio, porque a maior parte dos grandes grupos de
mídia não está disposta a permitir que a Intel desmonte pacotes de programação
e licencie canais e programas específicos a preço inferior ao pago pelos
parceiros dessas companhias no setor de TV paga.
A Intel, maior fabricante mundial de
chips, manteve sigilo sobre a estratégia para lançar um serviço enxuto de TV a
cabo, mas terá de assumir riscos para iniciar atividades em uma linha de
negócios completamente nova.
De acordo com cinco fontes que vêm
negociando há meses com a Intel, a empresa está enfatizando um decodificador
que empregaria a tecnologia dela para distinguir quem exatamente está assistindo
a determinado programa, o que poderia permitir publicidade direcionada.
O decodificador que a Intel vem
propondo não identifica a pessoa especificamente, mas pode oferecer dados como
sexo e faixa etária e assim ajudar a direcionar publicidade, afirmaram duas das
fontes.
Os planos da Intel a colocam no meio da
batalha do Vale do Silício pelo controle das salas de estar. Empresas de grande
porte, como Apple, Amazon e Google, acreditam que a TV a cabo dos EUA esteja
aberta a mudanças por motivos que vão da mudança nos hábitos dos
telespectadores ao custo crescente da produção de programas.
A TV a cabo norte-americana movimenta
100 bilhões de dólares anuais e está sob o domínio de grandes distribuidores
-como Comcaste e DirecTV- e criadores de conteúdo, como Disney e Time Warner.
Embora nenhuma dessas empresas tenha
feito grandes avanços no mercado até agora, a Intel acredita que conseguirá
desenvolver um decodificador e um serviço de assinatura de programação de maior
qualidade para prover conteúdo de TV aos telespectadores, mesmo que esse
mercado seja novidade para ela.
Um serviço de TV bem-sucedido e baseado
na tecnologia da Intel seria um grande passo para ampliar a presença de seu
chip em aparelhos eletrônicos domésticos.
(Por Yinka Adegoke e Noel Randewich)
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