Entenda as limitações da Ethernet e descubra quais as melhores soluções a serem implementadas!
Um cabo compartilhado é a
base para uma rede Ethernet completa, o que discutimos anteriormente. De
qualquer forma, há limites práticos para o tamanho de nossa rede Ethernet nesse
caso. A primeira preocupação é o comprimento do cabo compartilhado.
Os sinais elétricos se
propagam muito rapidamente pelo cabo, mas se tornam mais fracos com a
distância, e a interferência de aparelhos elétricos (como lâmpadas fluorescentes) pode
prejudicar o sinal. Um cabo de rede deve ser curto o suficiente para que
os dispositivos em cada ponta recebam o sinal sem interferências e sem atraso.
Esse é o limite da distância máxima que separa dois dispositivos (também
conhecido como diâmetro da rede) em uma rede Ethernet. Além disso, como em
CSMA/CD um dispositivo único só pode transmitir num determinado momento,
existem limites práticos para o número de dispositivos que podem coexistir em
uma mesma rede. Se você conectar muitos dispositivos a um mesmo segmento
compartilhado, a contenção do meio aumenta. Cada dispositivo terá de esperar um
longo tempo antes de conseguir transmitir.
Os engenheiros
desenvolveram uma série de dispositivos de rede que aliviam esses problemas.
Muitos desses dispositivos não são específicos para a Ethernet, sendo
utilizados em outras tecnologias também.
Repetidores
O primeiro meio popular de
Ethernet foi um cabo coaxial de cobre conhecido como "thicknet." O
comprimento máximo desse cabo era de 500 metros. Em grandes prédios ou campus
de universidades, um cabo de 500 metros nem sempre era suficiente. Um repetidor resolve esse problema.
Os repetidores conectam
múltiplos segmentos de Ethernet, ouvindo cada segmento e repetindo o sinal
ouvido para todos os outros segmentos conectados. O uso desses aparelhos
permite aumentar significativamente o diâmetro de uma rede.
Segmentação
Em nossa analogia da mesa,
havia poucas pessoas à mesa, situação em que ter só uma
pessoa falando de cada vez não chega a provocar problemas de
comunicação. Mas o que aconteceria se fosse muita gente reunida e só um pudesse
falar?
Na prática, sabemos que
essa analogia gera situações como a que veremos a seguir. Em grandes grupos de
pessoas, é normal que aconteçam diferentes conversas simultaneamente. Se, em
uma sala lotada somente uma pessoa pudesse falar a qualquer momento, muitas
pessoas ficariam frustradas esperando um momento para falar. Para os humanos, o
problema se corrigiria automaticamente: O alcance da voz humana é limitado e o ouvido consegue
focar em uma conversa específica mesmo que esteja em um ambiente barulhento.
Por isso, é comum que existam diversas conversas simultâneas em uma mesma sala.
Isso não acontece com os cabos de rede, já que eles conseguem carregar sinais rapidamente
e de forma eficiente por longas distâncias.
As redes Ethernet
enfrentaram problemas de congestionamento ao ficarem maiores. Se há
um grande número de estações conectadas a um mesmo segmento e cada uma gera uma
quantidade considerável de tráfego, muitas estações tentarão transmitir assim
que houver uma oportunidade. Nessas circunstâncias, as colisões se tornariam
mais frequentes e poderiam prejudicar outras transmissões, que levariam mais
tempo para ser concluídas. Um jeito de reduzir os congestionamentos seria
dividir cada segmento em múltiplos segmentos e assim criar múltiplos
domínios de colisão. Essa solução cria um problema diferente, já que esses
segmentos separados não conseguem trocar informação uns com os outros.
Pontes
Para aliviar os problemas
da segmentação, as redes Ethernet implementaram as pontes. Elas
conectam dois ou mais segmentos de rede, e assim aumentam o diâmetro da rede da
mesma forma que os repetidores, mas as pontes também ajudam a regular o
tráfego. As pontes podem enviar e receber transmissões do mesmo jeito que
qualquer outro nó, mas elas não funcionam da mesma maneira que um nó comum. A
ponte não gera nenhum tráfego (como os repetidores), apenas ecoa o
que ouve das outras estações. (Essa última afirmação não é 100% precisa: as
pontes na verdade criam um frame especial Ethernet que permite que elas se
comuniquem com outras pontes, mas esse assunto não é analisado neste artigo).
Uma das características do
meio compartilhado de acesso múltiplo da Ethernet é que toda estação conectada
recebe qualquer transmissão, mesmo que a transmissão não seja endereçada à
estação. As pontes usam esse recurso para distribuir o tráfego entre os segmentos.
Na figura acima, a ponte conecta os segmentos 1 e 2. Se as estações A e B
transmitirem, a ponte também receberá a transmissão no segmento 1. Como a ponte
deveria responder a esse tráfego? Ela poderia transmitir automaticamente o
frame para o segmento 2, como um repetidor. Isso não aliviaria o
congestionamento, já que a rede estaria se comportando como um longo segmento.
Um dos objetivos da ponte
é reduzir o tráfego desnecessário nos 2 segmentos. Ela examina o
endereço de destino do frame antes de decidir o que fazer com ele. Se o
endereço de destino está relacionado com a estação A ou B, o frame não precisa
aparecer no segmento 2. Nesse caso, a ponte não faz nada. Na verdade, a
ponte filtra ou descarta o frame. Se o endereço de destino é o da
estação C ou D, ou se é um endereço broadcast, a ponte vai transmitir
ou encaminhar o frame para o segmento 2. Ao encaminhar os pacotes, a
ponte permite que qualquer um dos quatro dispositivos se comunique. Ao
filtrar os pacotes, a ponte permite que a estação A transmita para a estação B
ao mesmo tempo em que a estação C transmite para a estação D; assim, duas
conversas acontecem simultaneamente.
Switches são versões
modernas das pontes. Eles funcionam de maneira semelhante, mas oferecem
um segmento dedicado para cada nó da rede
Roteadores: segmentação lógica
As pontes podem reduzir o
congestionamento ao permitir múltiplas conversações simultâneas em segmentos
diferentes, mas elas também têm seus limites na segmentação do tráfego.
Uma característica
importante das pontes é que elas encaminham endereços broadcast da Ethernet
para todos os segmentos conectados. Isso é necessário, já que os endereços
broadcast são endereçados para todos os nós da rede. O problema é que as redes
em ponte podem se tornar muito grandes. Quando um grande número de estações
transmite em broadcast numa rede em ponte, o congestionamento pode ser imenso.
Isso criaria uma situação semelhante a um congestionamento em um segmento
simples.
Os roteadores são
componentes avançados de rede que podem dividir uma rede em duas redes
lógicas independentes. Os endereços broadcast da Ethernet cruzam as pontes em
busca de cada nó da rede, mas não atravessam os roteadores, porque os
roteadores criam uma barreira lógica para a rede.
Os roteadores operam com
protocolos independentes da tecnologia específica da rede, como Ethernet ou
token ring (vamos falar sobre o token ring mais adiante). Isso permite que os
roteadores interconectem várias tecnologias de rede (local ou de longa
distância) e foi um dos componentes que facilitaram a conexão de vários
dispositivos em várias partes do mundo para formar a Internet.
Consulte Como funcionam os roteadores para
obter informações detalhadas sobre essa tecnologia.
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