O futuro enigmático das memórias
O padrão DDR tem reinado
por longos anos, todavia, muitas tecnologias estão sendo estudadas para
substituir os atuais módulos. Entre tantas, uma que ganha destaque é MRAM,
memória magnética que deve alterar completamente o sistema de leitura e
escrita. Esse padrão deve disputar com o FRAM, memória ferroelétrica que tem
investimentos de grandes empresas, incluindo a Samsung, a Toshiba e outras
tantas.
E a evolução das memórias
RAMs não vai continuar apenas nos módulos que utilizamos no cotidiano.
Protótipos como o Z-RAM (Zero-capacitor RAM) devem aportar nas memórias caches
dos processadores. Aliás, a probabilidade é muito grande, pois
a AMD licenciou a segunda geração da Z-RAM.
Veja a seguir algumas dessas tecnologias:
Memristor
Em tantos anos da
computação, nunca se cogitou uma tecnologia que realmente pudesse substituir a
memória RAM. Isso porque o desempenho da memória RAM sempre foi o menor dos
problemas. Os módulos evoluíram num ritmo apropriado, sempre acompanhando o
lançamento dos novos processadores.
Se você já tem alguns anos
de experiência com computadores, talvez se lembre da época das memórias EDO,
DIMM e outros tantos padrões que antecederam o DDR. E nem mesmo o último patamar
da memória RAM permaneceu estagnado. Atualmente os módulos mais comuns já são
do tipo DDR3, substituindo a segunda geração do padrão DDR.
Contudo, a memória RAM tem
seu limite, o qual deve ser atingido muito em breve. Pensando nisso, os
pesquisadores vêm investindo muito tempo e raciocínio para viabilizar a
construção de dispositivos baseados no memristor. A saída da teoria para
prática aconteceu apenas em 2006, quando a HP deu o primeiro passo no
desenvolvimento de memristores.
De lá para cá, a fabricante
ganhou alguns aliados, como a Universidade da Califórnia (em Santa Bárbara). A
ideia é introduzir esse quarto elemento da eletrônica para substituir as
memórias RAMs e até os dispositivos de armazenamento — o que significa que até
os SSDs podem estar com os dias contados.
Memristores alinhados (Fonte da imagem: Divulgação/HP) |
Não há previsão para a
revolução do memristor, contudo, é certo que ele é uma das grandes apostas para
a próxima década. O desenvolvimento da tecnologia também depende um pouco do
interesse de outras empresas. A HP vem mantendo o projeto, mas se alguma
fabricante, como a Samsung, decidir se aliar, pode ser que o memristor chegue
aos computadores antes do esperado.
Magnetismo
Paralelamente às pesquisas
do grafeno, os cientistas estão apostando na criação de processadores
magnéticos. Essa tecnologia deve ser revolucionária, pois vai derrubar muitos
aspectos dos atuais componentes.
A primeira mudança está no
modo de atuação dos processadores magnéticos. Eles não necessitam de elétrons
para realizar operações, e o armazenamento e o processamento de informações são
realizados com ímãs. A lógica é simples: os polos nortes e sul do ímã são os 0
e 1 da informática.
MRAM - Memória de Acesso Aleatório Magnético (Fonte da imagem: Reprodução/Venture Beat) |
Em experiência recente,
cientistas utilizaram nanomagnetos de 200 nm para construir uma memória
magnética. Os resultados foram positivos e provam que é possível utilizar a
computação magnética para construir processadores e memórias, bastando apenas
evoluir o processo de fabricação dos componentes e encontrar uma maneira dos
transistores entenderem as informações.
Um protótipo funcional de
processador magnético comprovou que um modelo básico poderia ser cem vezes mais
rápido que os modelos convencionais atuais. Os componentes magnéticos ainda
devem dissipar um mínimo de calor (visto que não há movimentação de elétrons).
Essa revolução não tem data para acontecer, mas duas décadas deve ser tempo
suficiente para o amadurecimento e aplicação do magnetismo nos computadores.
Os empecilhos na evolução
O memristor ainda depende de uma
série de pesquisas e de testes, pois ainda não existe nenhum produto baseado
nesse minúsculo componente.
Apesar da demora no
desenvolvimento, a HP fez uma publicação em maio de 2011, na qual a empresa
relatou ter feito demonstrações exibindo como o memristor trabalha com os
atuais materiais da eletrônica.
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