Tipos de NAT
No artigo
anterior “O que e NAT” descrevemos sobre o “NAT Tradicional”, referenciado na
RCF 3022, mas não comentamos sobre os tipos de NAT e suas variáveis.
O NAT Tradicional é o método mais comum
de utilização de tradução de endereços. Seu principal
uso é traduzir endereços locais internos
(privados) em endereços globais externos (públicos)
para serem utilizados em uma rede externa.
Em um NAT Tradicional as sessões são unidirecionais, somente no sentido
de saída da rede privada, as sessões na direção oposta só podem ser realizadas
utilizando mapeamento estático de endereço, direcionando o tráfego
para os endereços locais internos selecionados ou métodos como o NAT
Bidirecional.
O NAT Tradicional é dividido em dois tipos: Basic
NAT e o NAPT, quando um dispositivo está utilizando o Basic NAT este fica limitado somente à tradução
por meio de endereços IP, que podem ser realizados de maneira estática ou
dinâmica, já com NAPT a sua operação é estendida para utilizar endereços IPs e
portas (como o TCP / UDP ou ICMP query ID). Olhando em outras documentações é
possivel localizar outros tipos de NAT como o Bi-Directional NAT, Twice NAT e o NAT-PT.
Agora vamos
tentar entender como funciona cada um destes tipos de NAT:
Basic NAT (Estático): O NAT Básico Estático realiza o mapeamento de endereços IPs
locais internos para endereços IPs globais internos, um endereços IP
local interno sempre vai ter o mesmo endereço global interno (regra: um pra
um). Este tipo de NAT é muito útil quando dispositivos da rede local
interna precisam ser acessados pela Internet com um endereço consistente.
Analise
o fluxo de dados da figura abaixo e tente entender como o Basic NAT
(Estático) funciona:
Basic NAT
(Dinâmico): O NAT Básico Dinâmico realiza o
mapeamento de endereços IPs locais internos para endereços IPs
globais internos de forma dinâmica. Qualquer endereço local interno pode
ser traduzido para um range de endereços globais internos de forma dinâmica,
diferentemente do Basic NAT (Estático) onde os endereços locais internos
possuem sempre o mesmo endereço global externo. Este tipo de NAT
também pode ser aplicado em conjunto com o NAPT.
Analise o
fluxo de dados da figura abaixo e tente entender como o Basic NAT
(Dinâmico) funciona:
NAPT: O NAPT (Network Address Port Translation) realiza o mapeamento
utilizando números de portas (como o TCP / UDP ou ICMP query ID) de origem
dos endereços locais internos, para distinguir cada uma das traduções. A
quantidade de portas que podem receber um único endereço IP fica em torno de
4.000, o NAPT tenta preservar a porta de origem, se essa porta de origem já
estiver em uso, o NAPT atribui o primeiro número de porta disponível a partir
do início do grupo de portas apropriadas: 0-511, 512-1023 ou 1024-65535. Quando
não há mais portas disponíveis e há mais de um endereço global interno
configurado, o NAPT passa para o próximo endereço IP, para tentar alocar
novamente a porta de origem, esse processo continua até que não haja mais
portas disponíveis nem endereços globais internos. O NAPT permite que
vários endereços locais internos sejam traduzidos usando um único endereço
global interno, permitindo assim que se tenham diversos dispositivos em uma
rede interna utilizando um único global interno.
Analise o
fluxo de dados da figura abaixo e tente entender como o NAPT funciona:
Twice NAT
(2x NAT): Este tipo de
NAT permite que você decida qual endereço IP global interno será
utilizado no processo de tradução, baseado no endereço IP de destino ou pelo
número da porta de destino do pacote.
Você pode criar regras para determinar que um endereço IP
de origem deverá ser traduzido para o endereço IP
“A” quando for para o destino “1”, ou traduzido para o
endereço IP “B” quando for para o destino “2”.
Analise a figura abaixo e tente entender como Twice NAT por IP funciona:
No caso de portas, você pode determinar que um endereço IP
de origem com uma porta de destino
“80” deverá ser traduzido para o endereço “A” ou
traduzido para o endereço “B” quando tiver a porta de destino
“23”.
Analise a figura abaixo e tente entender como Twice NAT por porta
funciona:
Bi-Directional
NAT (ou two-way): Com o NAT bidirecional as
sessões podem ser iniciadas a partir de hosts na rede pública. Esta
característica foi incorporada no NAT Básico para adicionar capacidades mais
avanças. Quando o NAT é somente de saída, as transações se tornam mais
difíceis, hosts da rede interna (endereço local interno) geralmente sabem os
endereços IPs de hosts da rede externa (endereço global externo), porque estes
são públicos. Entretanto, os hosts das redes externas não sabem o endereço IP
de hosts da rede interna, então se um host estiver na rede externa, ele não vai
poder especificar um endereço IP de um servidor ou dispositivo que esteja em
uma rede interna para enviar um pacote. O endereço IP do host interno não é
roteável em redes públicas.
Como
exemplos de NAT bidirecional podemos citar os túneis IPv6 e a utilização de
serviços DNS (Domain Name System) em redes internas.
Em túneis
IPv6 (será abordado em outra sessão deste site), o mesmos poderão ser
estabelecidos mesmo quando não houver tráfego interno sendo gerado para a
extremidade do túnel.
Para os
serviços de DNS, os servidores em redes internas podem responder requisições
para hosts na rede pública. Quando um host externo tenta resolver o
nome de um host onde o servidor de DNS está dentro de uma rede interna, o
roteador NAT intercepta a solicitação de DNS e instala uma tradução de
endereços para permitir que o host externo possa alcançar o servidor de DNS
utilizando um endereço IP global interno (público).
O mapeamento
dinâmico citado acima, depende a utilização de DNS-ALG (Application Level
Gateway) que será abordado em outra sessão deste site.
Analise a
figura abaixo e tente entender como o NAT bidirecional funciona:
NAT-PT: O NAT-PT (Network Address Translation - Protocol Translation) é uma
técnica de tradução de endereços entre redes IPv6 e IPv4, onde pacotes IPv6 são
traduzidos em pacotes IPv4 e vice-versa.
Este método
pode ser utilizado quando equipamentos legados não permitirem o upgrade para
utilização de endereços IPv6. Este técnica de tradução nada mais é do que uma
extensão das técnicas de NAT já citadas acima.
Analise a
figura abaixo e tente entender como o NAT-PT funciona:
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