Endereço IP (Internet Protocol)
Você já parou para pensar
como é que o seu computador ou o seu smartphone consegue acessar páginas na
Web ou receber um arquivo que você decidiu baixar? Ou, ainda, na rede da
empresa que você trabalha, como o seu PC consegue se comunicar com a máquina de
alguém em outro andar? Isso acontece porque, tanto em redes locais quanto na
rede mundial de computadores, a internet, cada dispositivo conectado tem um
endereço único: o IP, sigla para Internet Protocol. A seguir, você
descobrirá o que é endereço IP e verá características relacionadas,
como classes IP e máscaras de sub-rede.
Quando você quer enviar
uma carta a alguém, você... Ok, você não envia mais cartas; prefere e-mail ou
deixar um recado no Facebook. Vamos então melhorar este exemplo: quando
você quer enviar um presente a alguém, você obtém o endereço da pessoa e
contrata os Correios ou uma transportadora para entregar. É graças ao endereço
que é possível encontrar exatamente a pessoa a ser presenteada. Também é graças
ao seu endereço - único para cada residência ou estabelecimento - que você
recebe suas contas de água, aquele produto que você comprou em uma loja
on-line, enfim.
Na internet, o princípio é
o mesmo. Para que o seu computador seja encontrado e possa fazer parte da rede
mundial de computadores, necessita ter um endereço único. O mesmo vale para
websites, como o Tecnosolution: este fica em um servidor, que por sua vez
precisa ter um endereço para ser localizado na internet. Isto é feito pelo
endereço IP (IP Address), recurso que também é utilizado para redes locais,
como a existente na empresa que você trabalha, por exemplo.
O endereço IP é uma
sequência de números composta de 32 bits. Esse valor consiste em um conjunto de
quatro sequências de 8 bits. Cada uma destas é separada por um ponto e recebe o
nome de octeto ou simplesmente byte, já que um byte é formado por 8 bits. O
número 172.31.110.10 é um exemplo. Repare que cada octeto é formado
por números que podem ir de 0 a 255, não mais do que isso.
A divisão de um IP em quatro partes
facilita a organização da rede, da mesma forma que a divisão do seu endereço em
cidade, bairro, CEP, número, etc, torna possível a organização das casas da
região onde você mora. Neste sentido, os dois primeiros octetos de um endereço
IP podem ser utilizados para identificar a rede, por exemplo. Em uma escola que
tem, por exemplo, uma rede para alunos e outra para professores, pode-se ter
172.31.x.x para uma rede e 172.32.x.x para a outra, sendo que os dois últimos
octetos são usados na identificação de computadores.
Classes de endereços IP
Neste ponto, você já sabe que os
endereços IP podem ser utilizados tanto para identificar o seu computador
dentro de uma rede (Lan), quanto para identificá-lo na internet (Wan).
Se na rede da empresa onde você
trabalha o seu computador tem, como exemplo, IP 172.31.100.10, uma máquina em
outra rede pode ter este mesmo número, afinal, ambas as redes são distintas e
não se comunicam, sequer sabem da existência da outra. Mas, como a internet é
uma rede global, cada dispositivo conectado nela precisa ter um endereço único.
O mesmo vale para uma rede local: nesta, cada dispositivo conectado deve
receber um endereço único. Se duas ou mais máquinas tiverem o mesmo IP, tem-se
então um problema chamado "conflito de IP", que dificulta a
comunicação destes dispositivos e pode inclusive atrapalhar toda a rede.
Para que
seja possível termos tanto IPs para uso em redes locais quanto para utilização
na internet, contamos com um esquema de distribuição estabelecido pelas
entidades IANA (Internet Assigned Numbers Authority) e ICANN (Internet Corporation for Assigned Names and Numbers) que,
basicamente, divide os endereços em três classes principais e mais duas
complementares. São elas:
Classe A: 0.0.0.0 até 127.255.255.255 - permite até 128 redes, cada uma com até
16.777.214 dispositivos conectados;
Classe B: 128.0.0.0 até 191.255.255.255 - permite até 16.384 redes, cada uma com
até 65.536 dispositivos;
Classe C: 192.0.0.0 até 223.255.255.255 - permite até 2.097.152 redes, cada uma
com até 254 dispositivos;
Classe D: 224.0.0.0 até 239.255.255.255 - multicast;
Classe E: 240.0.0.0 até 255.255.255.255 - multicast reservado.
As três primeiras classes são assim
divididas para atender às seguintes necessidades:
- Os endereços IP da classe A são
usados em locais onde são necessárias poucas redes, mas uma grande quantidade
de máquinas nelas. Para isso, o primeiro byte é utilizado como identificador da
rede e os demais servem como identificador dos dispositivos conectados (PCs,
impressoras, etc);
- Os endereços IP da classe B são
usados nos casos onde a quantidade de redes é equivalente ou semelhante à
quantidade de dispositivos. Para isso, usam-se os dois primeiros bytes do
endereço IP para identificar a rede e os restantes para identificar os
dispositivos;
- Os endereços IP da classe C são
usados em locais que requerem grande quantidade de redes, mas com poucos
dispositivos em cada uma. Assim, os três primeiros bytes são usados para
identificar a rede e o último é utilizado para identificar as máquinas.
Quanto às classes D e E, elas existem
por motivos especiais: a primeira é usada para a propagação de pacotes
especiais para a comunicação entre os computadores, enquanto que a segunda está
reservada para aplicações futuras ou experimentais.
Vale frisar
que há vários blocos de endereços reservados para fins especiais. Por exemplo,
quando o endereço começa com 127, geralmente indica uma rede "falsa",
isto é, inexistente, utilizada para testes. No caso do endereço 127.0.0.1, este
sempre se refere à própria máquina, ou seja, ao próprio host, razão
esta que o leva a ser chamado de localhost. Já o endereço
255.255.255.255 é utilizado para propagar mensagens para todos os hosts de uma
rede de maneira simultânea.
Endereços IP privados
Há conjuntos de endereços das classes
A, B e C que são privados. Isto significa que eles não podem ser utilizados na
internet, sendo reservados para aplicações locais. São, essencialmente, estes:
- Classe A: 10.0.0.0 à 10.255.255.255;
- Classe B: 172.16.0.0 à 172.31.255.255;
- Classe C: 192.168.0.0 à 192.168.255.255.
- Classe B: 172.16.0.0 à 172.31.255.255;
- Classe C: 192.168.0.0 à 192.168.255.255.
Suponha então que você tenha que
gerenciar uma rede com cerca de 50 computadores. Você pode alocar para estas
máquinas endereços de 192.168.0.1 até 192.168.0.50, por exemplo. Todas elas
precisam de acesso à internet. O que fazer? Adicionar mais um IP para cada uma
delas? Não. Na verdade, basta conectá-las a um servidor ou equipamento de rede
- como um roteador - que receba a conexão à internet e a compartilhe com todos
os dispositivos conectados a ele. Com isso, somente este equipamento precisará
de um endereço IP para acesso à rede mundial de computadores.
Máscara de
sub-rede
As classes
IP ajudam na organização deste tipo de endereçamento, mas podem também
representar desperdício. Uma solução bastante interessante para isso atende
pelo nome de máscara de sub-rede, recurso onde parte dos números
que um octeto destinado a identificar dispositivos conectados (hosts) é
"trocado" para aumentar a capacidade da rede. Para compreender
melhor, vamos enxergar as classes A, B e C da seguinte forma:
- A: N.H.H.H;
- B: N.N.H.H;
- C: N.N.N.H.
- B: N.N.H.H;
- C: N.N.N.H.
N significa Network (rede)
e H indica Host. Com o uso de máscaras, podemos fazer uma rede do
N.N.H.H se "transformar" em N.N.N.H. Em outras palavras, as máscaras
de sub-rede permitem determinar quantos octetos e bits são destinados para a
identificação da rede e quantos são utilizados para identificar os
dispositivos.
Para isso, utiliza-se, basicamente, o
seguinte esquema: se um octeto é usado para identificação da rede, este receberá
a máscara de sub-rede 255. Mas, se um octeto é aplicado para os dispositivos,
seu valor na máscara de sub-rede será 0 (zero). A tabela a seguir mostra um
exemplo desta relação:
Classe
|
Endereço IP
|
Identificador
da rede
|
Identificador
do computador
|
Máscara de
sub-rede
|
A
|
10.2.68.12
|
10
|
2.68.12
|
255.0.0.0
|
B
|
172.31.101.25
|
172.31
|
101.25
|
255.255.0.0
|
C
|
192.168.0.10
|
192.168.0
|
10
|
255.255.255.0
|
Você percebe então que podemos ter
redes com máscara 255.0.0.0, 255.255.0.0 e 255.255.255.0, cada uma indicando
uma classe. Mas, como já informado, ainda pode haver situações onde há
desperdício. Por exemplo, suponha que uma faculdade tenha que criar uma rede
para cada um de seus cinco cursos. Cada curso possui 20 computadores. A solução
seria então criar cinco redes classe C? Pode ser melhor do que utilizar classes
B, mas ainda haverá desperdício. Uma forma de contornar este problema é criar
uma rede classe C dividida em cinco sub-redes. Para isso, as máscaras novamente
entram em ação.
Nós utilizamos números de 0 a 255 nos
octetos, mas estes, na verdade, representam bytes (linguagem binária). 255 em
binário é 11111111. O número zero, por sua vez, é 00000000. Assim, a máscara de
um endereço classe C, 255.255.255.0, é:
11111111.11111111.11111111.00000000
Perceba
então que, aqui, temos uma máscara formada por 24 bits 1: 11111111 + 11111111 +
11111111 (se estiver confuso, leia sobre bits e bytes). Para criarmos as nossas sub-redes, temos que ter um esquema com 25,
26 ou mais bits, conforme a necessidade e as possibilidades. Em outras
palavras, precisamos trocar alguns zeros do último octeto por 1.
Suponha que trocamos os três primeiros
bits do último octeto (sempre trocamos da esquerda para a direita), resultando
em:
11111111.11111111.11111111.11100000
Se fizermos o número 2 elevado pela
quantidade de bits "trocados", teremos a quantidade possível de
sub-redes. Em nosso caso, temos 2^3 = 8. Temos então a possibilidade de criar
até oito sub-redes. Sobrou cinco bits para o endereçamento dos host. Fazemos a
mesma conta: 2^5 = 32. Assim, temos 32 dispositivos em cada sub-rede (estamos
fazendo estes cálculos sem considerar limitações que possam impedir o uso de
todos os hosts e sub-redes).
11100000 corresponde a 224, logo, a
máscara resultante é 255.255.255.224.
Perceba que esse esquema de
"trocar" bits pode ser empregado também em endereços classes A e B,
conforme a necessidade. Vale ressaltar também que não é possível utilizar
0.0.0.0 ou 255.255.255.255 como máscara.
IP estático e IP dinâmico
IP estático (ou fixo) é um endereço IP dado permanentemente a um dispositivo,
ou seja, seu número não muda, exceto se tal ação for executada manualmente.
Como exemplo, há casos de assinaturas de acesso à internet via ADSL onde o
provedor atribui um IP estático aos seus assinantes. Assim, sempre que um
cliente se conectar, usará o mesmo IP.
O IP
dinâmico, por sua vez, é um endereço que é dado a um computador quando este
se conecta à rede, mas que muda toda vez que há conexão. Por exemplo, suponha
que você conectou seu computador à internet hoje. Quando você conectá-lo
amanhã, lhe será dado outro IP. Para entender melhor, imagine a seguinte situação:
uma empresa tem 80 computadores ligados em rede. Usando IPs dinâmicos, a
empresa disponibiliza 90 endereços IP para tais máquinas. Como nenhum IP é
fixo, um computador receberá, quando se conectar, um endereço IP destes 90 que
não estiver sendo utilizado. É mais ou menos assim que os provedores de
internet trabalham.
O método
mais utilizado na distribuição de IPs dinâmicos é o protocolo DHCP (Dynamic Host
Configuration Protocol).
IP nos sites
Você já sabe
que os sites na Web também necessitam de um IP. Mas, se você digitar em seu
navegador www.infowester.com, por exemplo, como é que o seu
computador sabe qual o IP deste site ao ponto de conseguir encontrá-lo?
Quando você
digitar um endereço qualquer de um site, um servidor de DNS (Domain
Name System) é consultado. Ele é quem informa qual IP está associado a cada
site. O sistema DNS possui uma hierarquia interessante, semelhante a uma árvore
(termo conhecido por programadores).
Se, por
exemplo, o site www.tecnosolution.blogspot.com.br é
requisitado, o sistema envia a solicitação a um servidor responsável por
terminações ".com.br". Esse servidor localizará qual o IP do endereço
e responderá à solicitação. Se o site solicitado termina com ".net",
um servidor responsável por esta terminação é consultado e assim por diante.
IPV6
O IPV6 veio para resolver o problema da escassez de endereços IP do IPV4.
Os endereços IP são compostos por 8 blocos de 4 caracteres do sistema hexadecimal em cada bloco, ou seja, 16 caracteres, totalizando 128 bits, sendo representados de 0 à F, ou seja, as 16 possibilidades para cada caracter. Cada bloco é chamado de “octeto”. A sua utilização em “octetos” é apenas para facilitar a visualização, mas quando processados, são apenas números binários. Total de endereços IP é de 340.282.366.920.938.463.463.374.607.431.768.211.456.
Veja um exemplo de endereço: 2001:247f:6c24:17da:cd89:d4e2:bcd7:a36e
Os endereços IP são compostos por 8 blocos de 4 caracteres do sistema hexadecimal em cada bloco, ou seja, 16 caracteres, totalizando 128 bits, sendo representados de 0 à F, ou seja, as 16 possibilidades para cada caracter. Cada bloco é chamado de “octeto”. A sua utilização em “octetos” é apenas para facilitar a visualização, mas quando processados, são apenas números binários. Total de endereços IP é de 340.282.366.920.938.463.463.374.607.431.768.211.456.
Veja um exemplo de endereço: 2001:247f:6c24:17da:cd89:d4e2:bcd7:a36e
Algumas
outras características:
·
Autoconfiguração do endereço, não sendo mais necessário o uso do
DHCP;
·
Endereçamento
hierárquico, o que simplifica as tabelas de encaminhamento das tabelas dos
roteadores da rede, o que diminui a carga de processamento deles;
·
O cabeçalho foi
totalmente remodelado;
·
Cabeçalhos de extensão
para guardar detalhes adicionais;
·
Suporte a qualidade
diferenciada para conexões diferenciadas para áudio e vídeo;
·
Capacidade de extensão,
podendo adicionar novas especificações de forma simples; Encriptação.
·
Suporte a extensões que
permitem opções de segurança.
Um detalhe curioso sobre o
endereçamento no IPV6 é a sua capacidade de ser encurtado. Veja o seguinte
exemplo de endereço:
2001:247f:0000:0000:cd89:d4e2:bcd7:a36e.
Onde tem os blocos com 0000, podemos simplesmente substituir por um único zero, ficando 2001:247f:0:0:cd89:d4e2:bcd7:a36e
ou até mesmo 2001:247f::cd89:d4e2:bcd7:a36e
Pode-se ainda:
2001:247f:0000:0000:cd89:d4e2:bcd7:a36e.
Onde tem os blocos com 0000, podemos simplesmente substituir por um único zero, ficando 2001:247f:0:0:cd89:d4e2:bcd7:a36e
ou até mesmo 2001:247f::cd89:d4e2:bcd7:a36e
Pode-se ainda:
·
Utilizar letras minúsculas e maiúsculas;
·
Utilizar as regras de abreviação, como omitir zeros à esquerda e
representar zeros contínuos por “::”
Finalizando
Com o surgimento do IPv6,
tem-se a impressão de que a especificação tratada neste texto, o IPv4, vai
sumir do mapa. Isso até deve acontecer, mas vai demorar bastante. Durante essa
fase, que podemos considerar de transição, o que veremos é a
"convivência" entre ambos os padrões. Não por menos, praticamente
todos os sistemas operacionais atuais e a maioria dos dispositivos de rede
estão aptos a lidar tanto com um quanto com o outro. Por isso, se você é ou
pretende ser um profissional que trabalha com redes ou simplesmente quer
conhecer mais o assunto, procure se aprofundar nas duas especificações.
A esta altura, você também
deve estar querendo descobrir qual o seu IP. Cada sistema operacional tem uma
forma de mostrar isso. Se você é usuário de Windows, por exemplo, pode fazê-lo
digitando cmd em um campo doMenu Iniciar e, na janela que
surgir, informar ipconfig /all e apertar Enter. Em ambientes Linux, o
comando é ifconfig.
Perceba, no entanto, que
se você estiver conectado a partir de uma rede local - tal como uma rede
wireless - visualizará o IP que esta disponibiliza à sua conexão. Para saber o
endereço IP do acesso à internet em uso pela rede, você pode visitar sites como whatsmyip.org.
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