O que é, e como funciona a tecnologia ADSL!
ADSL é a sigla para
Assymmetric Digital Subscriber Line ou "Linha Digital Assimétrica para
Assinante". Trata-se de uma tecnologia que permite a transferência digital
de dados em alta velocidade por meio de linhas telefônicas comuns. A cada dia,
a tecnologia ADSL ganha novos usuários, tanto é que este é o tipo de conexão à
internet em banda larga mais usado no Brasil e um dos mais conhecidos no mundo.
A tecnologia ADSL
basicamente divide a linha telefônica em três canais virtuais, sendo um para
voz, um para download (de velocidade alta) e um para upload (com velocidade
média se comparado ao canal de download). Teoricamente, as velocidades de download
podem ir de 256 Kbps até 8 Mbps. No caso do upload essas taxas variam de
16 Kbps até 640 Kbps, mas tudo depente da infra-estrutura do fornecedor do
serviço, o que indica que essas taxas podem ter valores diferentes dos
mencionados. É por causa dessas características que o ADSL ganhou o termo
"assymmetric" (assimétrica) no nome, pois indica que a tecnologia
possui maior velocidade para download e menor velocidade para upload.
Repare que entre os três
canais há um disponível para voz. Isso permite que o usuário fale ao telefone e
ao mesmo tempo navegue na internet, ou seja, não é necessário desconectar para
falar ao telefone. Para separar voz de dados na linha telefônica, é instalado
na linha do usuário um pequeno aparelho chamado Splitter. Nele é conectado
um cabo que sai do aparelho telefônico e outro que sai do modem.
Na central telefônica
também há uma espécie de Splitter. Assim, quando você realiza uma chamada
telefônica (voz), o sinal é encaminhado para a rede de comutação de circuitos
da companhia telefônica (PSTN - Public Switched Telephone Network) e procede
pelo seu caminho habitual. Quando você utiliza a internet, o sinal é
encaminhado ao DSLAN, que é explicado logo abaixo.
Quando uma linha
telefônica é usada somente para voz, as chamadas utilizam freqüências baixas,
geralmente entre 300 Hz e 4000 Hz. Na linha telefônica é possível usar taxas
mais altas, mas elas acabam sendo desperdiçadas. Explicando de maneira simples,
o que o ADSL faz é aproveitar para a transmissão de dados as freqüências que
não são usadas. Como é possível usar mais de uma freqüência ao mesmo tempo na
linha telefônica, é então possível usar o telefone para voz e dados ao mesmo
tempo. A ilustração abaixo exemplifica este esquema:
A tecnologia ADSL funciona
instalando-se um modem específico para esse tipo de conexão na residência ou
empresa do usuário e fazendo-o se conectar a um equipamento na central
telefônica. Neste caso, a linha telefônica serve como "estrada" para
a comunicação entre esses dois pontos. Essa comunicação ocorre em freqüências
acima de 5000 Hz, não interferindo na comunicação de voz (que funciona entre
300 Hz e 4000 Hz). Como a linha telefônica é usada unicamente como um meio de
comunicação entre o modem do usuário e a central telefônica, não é necessário
pagar pulsos telefônicos, pois a conexão ocorre por intermédio do modem e não
discando para um número específico, como é feito com o acesso à internet via
conexão discada. Isso deixa claro que todo o funcionamento do ADSL não se
refere à linha telefônica, pois esta é apenas um "caminho", mas sim
ao modem. Quando seu modem estabelece uma conexão com o modem da central
telefônica, o sinal vai para um roteador, em seguida para o provedor e
finalmente para a internet. É importante frisar que é possível que este sinal
saia diretamente do roteador para a internet. No Brasil, o uso de provedor é
obrigatório por regras da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações). No
entanto, essa questão não será discutida aqui.
O sinal citado acima,
depois de enviado à central telefônica, é separado e os dados vão para um
equipamento DSLAN (Digital Subscriber Line Access Multiplexer), que limita a
velocidade do usuário e uni varias linhas ADSL (é este equipamento que faz com
você navegue à 256 Kbps mesmo quando sua conexão suporta 2 Mbps) enviando o
sinal para uma linha ATM (Asynchronous Transfer Mode) de alta velocidade que
está conectada à internet.
Em outras palavras, a
central telefônica suporta uma certa quantidade de usuários ao mesmo tempo.
Cabe ao DSLAN gerenciar todas essas conexões, "agrupá-las" e enviar
esse grupo de conexões à linha ATM, como se fosse uma única conexão.
Praticamente todas as
empresas que fornecem ADSL só o fazem se o local do usuário não estiver a mais
de 5 Km da central telefônica. Quanto mais longe estiver, menos velocidade o
usuário pode ter e a conexão pode sofrer instabilidades ocasionais. Isso se
deve ao ruído (interferência) que ocorre entre um ponto e outro. Quanto maior
essa distância, maior é a taxa de ruído. Para que haja uma conexão aceitável é
utilizado o limite de 5 Km. Acima disso pode ser possível, mas inviável o uso
de ADSL.
O
protocolo PPPoE
Diante das informações acima, você deve se
perguntar porque em muitos casos é necessário usar um programa para se conectar
à internet, se o ADSL permite uma conexão permanente usando unicamente o modem.
O ADSL por si só é um meio
físico de conexão, que trabalha com os sinais elétricos que serão enviados e
recebidos. Funcionando dessa forma, é necessário um protocolo para encapsular os
dados de seu computador até a central telefônica. O protocolo mais utilizado
para essa finalidade é o PPPoE (Point-to-Point over Ethernet RFC 2516).
O protocolo PPPoE trabalha
com a tecnologia Ethernet, que é usada para ligar sua placa de rede ao
modem, permitindo a autenticação para a conexão e aquisição de um endereço IP à
máquina do usuário. É por isso que cada vez mais as empresas que oferecem ADSL
usam programas ou o navegador de internet do usuário para que este se
autentique. Autenticando, é mais fácil identificar o usuário conectado e
controlar suas ações.
Você pode estar se
perguntando: por que os primeiros serviços de ADSL do país davam IP fixo ao
usuário, sem necessidade de usar o PPPoE, ou seja, porque o PPPoE não foi usado
antes? Naquela época, o protocolo PPPoE era novo (foi homologado em 1999) e,
conseqüentemente, pouco conhecido. Com isso, o usuário usava ADSL através de
uma conexão direta do modem à central telefônica, sem necessidade de
autenticar. Mas quando as empresas começaram a descobrir as vantagens do PPPoE
passaram a implantá-lo. Isso permite à companhia ter mais controle sobre as
ações do usuário.
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