Linux, História e características – Parte 02
Sistema
operacional
Richard Stallman, fundador do projeto GNU para um sistema operacional livre.
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Logo que Linus Torvalds
passou a disponibilizar o Linux, ou seja na sua versão 0.01, já havia suporte
ao disco rígido, tela, teclado e portas seriais, o sistema de arquivos adotava
o mesmo layout do Minix (embora não houvesse código do Minix no Linux), havia
extensos trechos em assembly, e ela já era capaz de rodar o bash e o gcc.
"A linha guia quando
implementei o Linux foi: fazê-lo funcionar rápido. Eu queria o núcleo
simples, mas poderoso o suficiente para rodar a maioria dos aplicativos Unix".
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O próprio usuário deveria
procurar os programas que dessem funcionalidade ao seu sistema, compilá-los e
configurá-los. Talvez por isso, o Linux tenha carregado consigo a etiqueta
de sistema operacional apenas para técnicos. Foi neste ambiente que surgiu
a MCC Interim Linux, do Manchester Computer Centre, a primeira distribuição
Linux, desenvolvida por Owen Le Blanc da Universidade de
Manchester, capaz de ser instalada independentemente em um computador. Foi uma
primeira tentativa de facilitar a instalação do Linux.
Desde o começo, o núcleo
Linux incluía um sistema básico para chamadas do sistema e acesso aos
dispositivos do computador. O núcleo de um sistema operacional define entre
várias operações, o gerenciamento da memória, de processos, dos dispositivos
físicos no computador e é uma parte essencial de qualquer sistema operacional
utilizável, contudo para um sistema operacional adquirir funcionalidade são
necessários também vários outros aplicativos que determinam funções específicas
que aquele sistema será capaz de desenvolver, os aplicativos existentes em
um sistema operacional com a única exceção do núcleo são determinados pelo
usuário do computador, como por exemplo: interpretadores de
comandos,gerenciadores de janelas, que oferecem respectivamente uma interface
para o usuário do computador, CLI ou GUI, e outros aplicativos como editores
de texto, editores de imagem, tocadores de som, e, mas não
necessariamente, compiladores.
A maioria dos sistemas
inclui ferramentas e utilitários baseados no BSD e tipicamente
usam XFree86 ou X.Org para oferecer a funcionalidade
do sistemas de janelas X — interface gráfica. Assim como também
oferecem ferramentas desenvolvidas pelo projeto GNU.
No momento do
desenvolvimento do Linux, vários aplicativos já vinham sendo reunidos
pelo Projeto GNU da Free Software Foundation (‘Fundação
Software Livre’), que embarcara em um subprojeto que ainda continua para obter
um núcleo, o GNU Hurd. Porém devido a várias complicações o projeto GNU e
demora em desenvolver o Hurd, Stallman acabou adotando o núcleo Linux como base
para distribuir os programas do projeto GNU , não obstante diversas pessoas e
instituições tiveram a mesma idéia e assim várias distribuições começaram a
surgir baseadas no núcleo desenvolvido inicialmente por Linus.
Distribuições
Atualmente,
um Sistema Operacional Linux ou
GNU/Linux completo (uma "Lista de distribuições de Linux ou
GNU/Linux") é uma coleção de software livre (e por vezes não-livres)
criados por indivíduos, grupos e organizações de todo o mundo, incluindo o
núcleo Linux. Companhias como a Red Hat, a SuSE, a Mandriva (união
da Mandrake com a Conectiva) e a Canonical (desenvolvedora
do Ubuntu Linux), bem como projetos de comunidades como
o Debian ou o Gentoo, compilam o software e fornecem
um sistema completo, pronto para instalação e uso. Patrick Volkerding também
fornece uma distribuição Linux, o Slackware.
As distribuições do Linux
ou GNU/Linux começaram a receber uma popularidade limitada desde a segunda
metade dos anos 90, como uma alternativa livre para os sistemas
operacionais Microsoft Windows e Mac OS, principalmente por parte de
pessoas acostumadas com o Unix na escola e no trabalho. O sistema
tornou-se popular no mercado de Desktops e servidores, principalmente
para a Web e servidores de bancos de dados.
No decorrer do tempo,
várias distribuições surgiram e desapareceram, cada qual com sua
característica. Algumas distribuições são maiores outras menores, dependendo do
número de aplicações e sua finalidade. Algumas distribuições de tamanhos
menores cabem num disquete com 1,44 MB, outras precisam de vários CDs,
existindo até algumas versões em DVD. Todas elas tem o seu público e sua
finalidade, as pequenas (que ocupam poucos disquetes) são usadas para
recuperação de sistemas danificados ou em monitoramento de redes de
computadores.
Dentre as maiores, distribuídas
em CDs, podem-se citar: Slackware, Debian, Suse,
e Conectiva. Cada distribuição é, em tese, um sistema operacional
independente, de modo que os programas compilados para uma distribuição podem
não rodar em outra, embora usem o mesmo núcleo (o Linux propriamente dito). A
distribuição Conectiva Linux, por exemplo, tinha as suas aplicações traduzidas
em português, o que facilitou que usuários que falam a Língua Portuguesa tenham
aderido melhor a esta distribuição. Hoje esta distribuição foi incorporada
à Mandrake, o que resultou na Mandriva. Para o português, existe
também a distribuição brasileira Kurumin (Essa distribuição foi
descontinuada pelo seu mantenedor), construída
sobre Knoppix e Debian, e a Caixa Mágica, existente nas
versões 32 bits, 64 bits, Live CD 32 bits e Live CD 64
bits, e com vários programas open source: LibreOffice, Mozilla
Firefox, entre outros.
Existem distribuições com
ferramentas para configuração que facilitam a administração do sistema. As
principais diferenças entre as distribuições estão nos seus sistemas de
pacotes, nas estruturas dos diretórios e na sua biblioteca básica. Por mais que
a estrutura dos diretórios siga o mesmo padrão, o FSSTND é um padrão
muito relaxado, principalmente em arquivos onde as configurações são diferentes
entre as distribuições. Então normalmente todos seguem o
padrão FHS (File Hierarchy System), que é o padrão mais novo. Vale
lembrar, entretanto, que qualquer aplicativo ou driver desenvolvido para Linux
pode ser compilado em qualquer distribuição que vai funcionar da mesma maneira.
Quanto à biblioteca, é
usada a Biblioteca libc, contendo funções básicas para o sistema
Operacional Linux. O problema está quando do lançamento de uma nova versão da
Biblioteca libc, algumas das distribuições colocam logo a nova versão, enquanto
outras aguardam um pouco. Por isso, alguns programas funcionam numa
distribuição e noutras não. Existe um movimento LSB (Linux Standard Base)
que proporciona uma maior padronização. Auxilia principalmente vendedores de
software que não liberam para distribuição do código fonte, sem tirar
características das distribuições. O sistemas de pacotes não é padronizado.
ArchLinux, Debian, Fedora, Mandriva, Mint, Opensuse, PCLinuxOS, Puppy, Sabayon, Slackware e Ubuntu são
algumas das distribuições mais utilizadas atualmente, listadas aqui por ordem
alfabética.
Um exemplo de distribuição
que corre num CD é o Kurumin Linux, criado por Carlos Eduardo
Morimoto, baseada no Knoppix.
De entre as distribuições
consideradas mais difíceis de gerir (por preferirem assegurar a
estabilidade tecnológica em detrimento da interface de utilizador),
destacam-se a Debian, Gentoo e Slackware.
Existem também
distribuições Linux para sistemas móveis,
como tablets e smartphones, sendo o Android, desenvolvido
pelo Google, a mais difundida de todas. Outras distribuições Linux para
sistemas móveis são o Maemo e o MeeGo.
Código
aberto e programas livres
Um programa, assim como
toda obra produzida atualmente, seja ela literária, artística ou tecnológica,
possui um autor. Os Direitos sobre a ideia ou originalidade da obra
do autor, que incluem essencialmente distribuição, reprodução e uso é feito no
caso de um programa através de sua licença.
Existem dois movimentos
que regem o licenciamento de programas no mundo livre, os programas
de código aberto e os programas livres. Os dois representados
respectivamente pela OSI e pela FSF oferecem licenças para
produção de software, sendo seus maiores representantes a licença
BSD e a GPL.
O Linux oferece muitos
aplicativos de open source, contudo nem todos podem ser
considerados programas livres, dependendo exclusivamente sob qual licença
estes programas são distribuídos. Os programas distribuídos sob tais licenças
possuem as mais diversas funcionalidades, como desktops, escritório,
edição de imagem e inclusive de outros sistemas operacionais.
Também existem
organizações inclusive no mundo livre como a organização Linux Simples para o
Usuário Final (SEUL) que tem como objetivo adotar a maior gama possível de
aplicativos de alta qualidade produzidos sobre a GPL. É um projeto voluntário
que atualmente se foca no aprendizado de Linux, seu uso na ciência e em
documentos de advocacia, bem como gerenciar e coordenar projetos de
desenvolvimento de aplicativos.
Controvérsias
quanto ao nome
Linux foi o nome dado
ao núcleo de sistema operacional criado por Linus Torvalds. Por
extensão, sistemas operacionais que usam o núcleo Linux são chamados
genericamente de Linux. Entretanto, a Free Software Foundation afirma
tais sistemas operacionais são, na verdade, sistemas GNU, e o nome mais
adequado para tais sistemas é GNU/Linux, uma vez que grande parte
do código-fonte dos sistemas operacionais baseados em Linux são
ferramentas do projeto GNU.
Há muita controvérsia
quanto ao nome. Eric Raymond afirma, no Jargon File, que a
proposta da FSF só conseguiu a "aceitação de uma minoria" e é
resultado de uma "disputa territorial". Linus Torvalds afirma que
consideraria "justo" que tal nome fosse atribuído a uma distribuição
do projeto GNU, mas que chamar os sistemas operacionais Linux como um todo de
GNU/Linux seria "ridículo". Linus disse não se importar sobre
qual o nome usado, considera a proposta da GNU como "válida"
("ok") mas prefere usar o termo "Linux".
Sobre
o símbolo
Tux.
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O símbolo do software foi
escolhido pelo seu criador (Linus Torvalds),que um dia estava no zoológico e
foi surpreendido pela mordida de um pinguim. Fato curioso e discutido até hoje.
Em 1996, muitos
integrantes da lista de discussão "Linux-Kernel" estavam discutindo
sobre a criação de um logotipo ou de um mascote que representasse o Linux.
Muitas das sugestões eram paródias ao logotipo de um sistema operacional
concorrente e muito conhecido (Windows). Outros eram monstros ou animais
agressivos. Linus Torvalds acabou entrando nesse debate ao afirmar em uma
mensagem que gostava muito de pinguins. Isso foi o suficiente para dar fim à
discussão.
Depois disso, várias
tentativas foram feitas numa espécie de concurso para que a imagem de um
pinguim servisse aos propósitos do Linux, até que alguém sugeriu a figura de um
"pinguim sustentando o mundo". Em resposta, Linus Torvalds declarou
que achava interessante que esse pinguim tivesse uma imagem simples: um pinguim
"gordinho" e com expressão de satisfeito, como se tivesse acabado de
comer uma porção de peixes. Torvalds também não achava atraente a idéia de algo
agressivo, mas sim a idéia de um pinguim simpático, do tipo em que as crianças
perguntam "mamãe, posso ter um desses também?". Ainda, Torvalds
também frisou que trabalhando dessa forma, as pessoas poderiam criar várias
modificações desse pinguim. Isso realmente acontece. Quando questionado sobre o
porquê de pinguins, Linus Torvalds respondeu que não havia uma razão em
especial, mas os achava engraçados e até citou que foi bicado por um "pinguim
assassino" na Austrália e ficou impressionado como a bicada de um animal
aparentemente tão inofensivo podia ser tão dolorosa.
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
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