Cofundador da Apple, Steve Jobs morre aos 56 anos
quarta-feira, 5 de outubro de 2011 22:18 BRT
Por Poornima Gupta e Edwin Chan
SAN FRANCISCO (Reuters) - Steve Jobs, cofundador e ex-CEO da Apple, considerado um dos maiores executivos norte-americanos da sua geração, morreu nesta quarta-feira aos 56 anos, após uma longa batalha pública contra o câncer e outras doenças. A morte foi anunciada pela Apple em um comunicado na noite desta quarta-feira. A página inicial do site Apple.com traz uma foto dele em preto e branco, com as palavras: "Steve Jobs, 1955-2011".
Esse ícone do vale do Silício, que deu ao mundo o iPod e o iPhone, havia renunciado em agosto ao cargo de presidente-executivo da maior empresa mundial de tecnologia, entregando as rédeas a Tim Cook. Consumido por uma forma rara de câncer do pâncreas, ele era visto como o coração e a alma de uma companhia que rivaliza com a Exxon Mobil como a mais valiosa da América.
"O brilho, a paixão e a energia de Steve foram a fonte de inovações incontáveis que enriqueceram e melhoraram todas as nossas vidas. O mundo é imensamente melhor por causa de Steve", disse a Apple em nota anunciando o falecimento. "Seu amor maior era por sua esposa, Laurene, e sua família. Nossos corações estão com eles e com todos que foram tocados por seu talento extraordinário."
A saúde de Jobs há anos era motivo de polêmica. Sua luta contra o câncer causava imensa preocupação aos fãs de Jobs e também aos investidores e membros do conselho da Apple -- alguns dos quais, nos últimos anos, já confidenciavam aos amigos sobre suas preocupações de que Jobs, na busca por privacidade, não estivesse sendo suficientemente transparente com os diretores a respeito do seu real estado de saúde. Agora, apesar da confiança dos investidores em Cook, que já substituíra o chefe durante três afastamentos, permanecem as preocupações sobre a capacidade da empresa em continuar sendo uma força criativa nos próximos anos, sem ter à frente o seu visionário fundador. A notícia provocou uma imediata efusão de solidariedade. Bill Gates, fundador da Microsoft, disse que sentirá "imensamente" a falta de Jobs.
APPLE, NEXT, IPHONE
Jobs era budista, filho de pais adotivos, e não concluiu a faculdade. Ele criou a Apple Computer com seu amigo Steve Wozniak no final da década de 1970. Logo a empresa lançaria o computador Apple 1. Mas foi o Apple II que se tornou um enorme sucesso e deu à Apple um lugar essencial na então nascente indústria dos computadores pessoais, culminando, em 1980, com uma oferta pública inicial de ações que deixou Jobs milionário. Apesar do subsequente sucesso do Mac, a relação de Jobs com os diretores e conselheiros se degenerou. A empresa cassou a maioria dos seus poderes, e o demitiu em 1985.
A Apple entrou em declínio a partir de então. Até que, em 1997, adquiriu a Next, uma empresa de computadores que Jobs criou após deixar a Apple. Jobs estava de volta, e no mesmo ano se tornaria CEO interino. Em 2000, a empresa retirou o "interino" do título. Em meio a tudo isso, Jobs também conseguiu revolucionar a animação computadorizada com a sua outra empresa, a Pixar. Mas foi o iPhone, em 2007, que colocou de vez o seu legado na história da tecnologia moderna. Dois anos antes de lançar a engenhoca que transformaria para sempre a maneira como as pessoas de todo o mundo acessam e usam a Internet, Jobs falou sobre como a sensação de mortalidade era um importante motivador para essa visão.
"Lembrar que logo estarei morto é a ferramenta mais importante que já encontrei para me ajudar a fazer as grandes escolhas da vida", disse Jobs durante uma cerimônia de formatura em Stanford em 2005.
"Porque quase tudo -- todas as expectativas externas, todo o orgulho, todo o medo do constrangimento e do fracasso --, essas coisas simplesmente desmoronam diante da morte, deixando apenas o que é realmente importante."
"Lembrar que você vai morrer é a melhor forma que eu conheço para evitar a armadilha de pensar que você não tem nada a perder. Você já está nu. Não há razão para não seguir o seu coração."
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